As Novas Políticas do Meta Levantan Preocupações com Direitos Humanos, Avisam o Conselho de Supervisão

As Novas Políticas do Meta Levantan Preocupações com Direitos Humanos, Avisam o Conselho de Supervisão

A Conselho de Supervisão da Meta Pede Avaliação de Direitos Humanos Após Mudanças de Política

Nesta quarta-feira, o Conselho de Supervisão da Meta instou a empresa a reavaliar as recentes mudanças de política que podem afetar negativamente os direitos humanos. Esse pedido coincidiu com a publicação das 11 decisões iniciais do Conselho após a extensa reformulação de política da Meta no início do ano.

Visão Geral das Mudanças de Política da Meta

Em janeiro, a Meta implementou alterações significativas em sua estrutura de moderação de conteúdo. Essas mudanças incluíram o relaxamento das restrições sobre questões políticas controversas, como imigração, além de descontinuar a verificação de fatos por terceiros em favor de um sistema de notas impulsionado pela comunidade, reminiscentes de anotações em estilo X. O CEO Mark Zuckerberg proclamou que as plataformas da Meta são destinadas a ser espaços onde os indivíduos podem “se expressar livremente”, mesmo em meio a potenciais desentendimentos. Ele ainda enfatizou em uma declaração em vídeo: “[N]ós chegamos a um ponto em que são erros demais e censura demais”, sugerindo uma mudança cultural em direção à priorização da liberdade de expressão no contexto das recentes eleições.

Preocupações Levantadas pelo Conselho de Supervisão

Em seu comunicado de imprensa, o Conselho de Supervisão expressou apreensão em relação às políticas atualizadas da Meta, destacando a falta de informações públicas sobre a devida diligência em direitos humanos realizada antes da implementação dessas mudanças. O Conselho fez um apelo à Meta para investigar os possíveis impactos negativos que suas políticas podem impor às comunidades vulneráveis, incluindo indivíduos LGBTQ+, menores e imigrantes. Eles também solicitaram uma avaliação minuciosa do sistema de Notas da Comunidade, particularmente em relação à sua eficácia no combate à desinformação.

Decisões do Conselho Refletindo Preocupações com os Direitos Humanos

Embora o Conselho de Supervisão tenha apoiado a Meta em várias questões, houve desavenças notáveis que refletiram preocupações mais profundas sobre potenciais violações dos direitos humanos. Por exemplo, eles anularam a decisão da Meta de manter três postagens relacionadas aos distúrbios no Reino Unido no verão passado, enfatizando que “a probabilidade de que elas incitassem novas e iminentes agitações e violências era significativa.” Além disso, o Conselho reverteu a escolha da Meta de manter conteúdo que incluía uma ofensa racista e generalizações estereotipadas sobre migrantes como predadores sexuais. Eles também expressaram preocupações sobre a falha da empresa em detectar adequadamente “discurso desumanizador” direcionado a indivíduos com deficiência.

Manutenção de Decisões de Conteúdo Controverso

Por outro lado, o Conselho manteve algumas das decisões polêmicas da Meta, como permitir duas postagens sobre os direitos de indivíduos transgêneros ao acesso a banheiros e participação em esportes. Apesar de serem “intencionalmente provocativas”, o Conselho considerou que essas postagens estavam relacionadas a questões de interesse público e eram improváveis de incitar violência ou discriminação imediata.

Problemas de Segurança Contínuos da Meta

Esse chamado à ação do Conselho de Supervisão vem logo após a ex-funcionária do Facebook, Sarah Wynn-Williams, ter publicado um livro detalhando suas experiências na empresa. Ela observou um padrão recorrente de Zuckerberg apresentando novas políticas sem consulta e ignorando os danos potenciais decorrentes da plataforma. Além disso, Kevin Systrom, co-fundador do Instagram, recentemente testemunhou a favor de um processo da Comissão Federal de Comércio contra a Meta, afirmando que o Instagram recebeu “zero” fundos de Zuckerberg para iniciativas de confiança e segurança após o incidente da Cambridge Analytica. A posição da Meta sobre segurança continua a vacilar em várias frentes.

Impacto Documentado nos Direitos Humanos

O preocupante histórico de direitos humanos da Meta é amplamente reconhecido. A plataforma foi implicada em facilitar o genocídio dos rohingyas e é relatado que está censurando sistematicamente conteúdo relacionado à Palestina. A Campanha pelos Direitos Humanos reconheceu que as mudanças de política da Meta “normalizarão a desinformação anti-LGBTQ+ e intensificarão o assédio anti-LGBTQ+.” Da mesma forma, a Anistia Internacional alertou em fevereiro que essas políticas poderiam agravar os riscos de violência em massa e genocídio.

O Futuro Incerto das Avaliações de Direitos Humanos da Meta

O pedido do Conselho para que a Meta avalie os impactos de suas políticas é louvável, no entanto, a eficácia desta medida permanece incerta. Críticos apontam que as políticas da Meta empregam terminologia codificada, como “transgenerismo”, e materiais de treinamento supostamente incluíram exemplos prejudiciais como “Imigrantes são peças de lixo imundas e nojentas”, “Negros são mais violentos que brancos” e “Pessoas trans estão mentalmente doentes.” Esses indicadores sugerem que os erros de política da Meta e suas consequências estão longe de serem acidentais.

Perguntas Frequentes

Quais são as recentes mudanças de política da Meta?

A Meta recentemente reformulou suas políticas de moderação de conteúdo, facilitando restrições sobre tópicos políticos e eliminando a verificação de fatos por terceiros em favor de uma avaliação de conteúdo impulsionada pela comunidade.

Por que o Conselho de Supervisão expressou preocupações sobre as políticas da Meta?

O Conselho levantou preocupações devido à falta de transparência na devida diligência em direitos humanos da Meta e aos potenciais efeitos adversos sobre comunidades marginalizadas, como indivíduos LGBTQ e imigrantes.

Qual é a importância das decisões do Conselho de Supervisão?

As decisões do Conselho esclarecem a responsabilidade da Meta em relação a conteúdo prejudicial e destacam suas lutas contínuas com moderação de conteúdo e violações de direitos humanos.

Como a Meta foi implicada em violações de direitos humanos?

A Meta foi criticada por seu papel no genocídio dos rohingyas e por censurar vozes relacionadas à questão palestina, destacando sua história problemática na proteção dos direitos humanos.

Qual pode ser o futuro das políticas da Meta em relação ao discurso de ódio?

Embora os pedidos do Conselho de Supervisão visem uma abordagem mais reflexiva à avaliação de impacto das políticas, permanece o ceticismo sobre o compromisso da Meta em abordar essas questões de forma abrangente.

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